terça-feira, 23 de setembro de 2008

Arcipreste Manoel Teodoro Nº359




Foi nessa rua estreita, meio mal feita, meio macabra, meio deserta... nessa rua linda onde me faz ter uma overdose de nostalgia e o saudosismo cria outro sentido pra tanto sentimento acumulado que em um só lugar consigo sentir coisa por coisa ao passar por esse pedaço de mim.
Essa rua sou eu, essa rua foi minha, essa rua é tua, essa rua foi nossa.
Essa rua é meu sexo, essa rua é meu desejo, essa rua é minha infância, essa rua foi meu primeiro beijo, essa rua é cada pedaço que dentro de mim anda despedaçado, essa rua é onde eu depositei todos os meus sentimentos...
Nunca fui boa em mudanças, nunca... não sei mudar, não sei deixar, não sei me desapegar e esquecer, nem quero esquecer da minha rua a rua em que em 1920 nem existia, não passava de um simples lamaçal, quem diria que 90 anos depois fosse dar tanta felicidade e aprendizado pra alguém tão confuso como as imperfeições e pedras quebradas que já tanto me fizeram tropeçar ou bater o mindinho ao ponto chorar de raiva por se sentir uma idiota por não prestar a atenção por onde ando.
Faz um ano e alguns meses que fui obrigada a deixar essa rua, muita coisa mudou, minha nova rua era completamente imperfeita, não podia chover que aquela areia/barro sei lá o que fazia eu me sujar toda e chegar deixando marcas de sapato sujo no chão, ao decorrer do tempo, essa rua foi se melhorando, foi asfaltada, limpa, as pessoas pintaram suas casas e meu pé não fica mais sujo quando chove, fora que é uma das ruas mais bonitas com uma árvore linda perto da minha casa, é uma rua nova, uma rua que conseguiu melhorar, a mudança que ela passou foi necessária para a sua melhora... não é cheia de imperfeições como a antiga, e eu não tropeço mais nas pedras do caminho, mas enfim, eu era mais feliz tropeçando...

Bons Leitores