terça-feira, 29 de julho de 2008

ABL - Bruna Beber

um palito separa
o prazer da dor
um ponto separa
o prazer da dor
é como se você
estivesse numa e
s
c
a
d
a
de três degraus
1
2
3
e do degrau
do meio,
um degrau pra cima
é o prazer
um degrau pra baixo
dor.
aí eu te pergunto
onde dói mais
onde dói menos
e porque me sinto feliz
e triste
ao mesmo tempo

sexta-feira, 25 de julho de 2008

terça-feira, 22 de julho de 2008

the bellcity bluegrass #4

tinha medo de quem
me conhecia demais

hoje tantos pensam conhecer
que é bom ficar calado ao lado

de quem te toca um violão
sabendo da música que tu gosta

mas realmente finge
estar cagando pra isso



(Caco Ishak).

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sem essa presença é muito chato, não é válido, não é peculiar..

Hoje foi meu primeiro dia de trabalho, fiquei meio nervosa no meio do caminho, até acordei uma hora e meia antes da hora, pra não perder nada e chegar cedo, acho que pela primeira vez na minha vida, não senti sono de manhã indo pro centro da cidade, pelo contrário, fiquei relendo os livros que o caco me emprestou, inclusive o dele.
Chegando lá, fui uma das primeiras a chegar, continuei lendo, até que foram me dizer o que eu tinha que fazer, e modéstia parte, eu fiz tudo direitinho, terminei cedo de fazer as coisas, ocorreu tudo tranquilo, lógico que de cinco em cinco minutos, eu olhava pro relógio querendo que o tempo acelerasse, mas ele tava preguiçoso hoje, não me ouviu. Até que enfim deu a hora de eu ir embora, fui almoçar na lari, como sempre é muito bom estar com ela, depois fui embora pra casa, leandro me ligou no meio do caminho, fui conversando com ele com o celular no meio da rua, eu tenho uma sorte fodida, já era pra terem roubado esse celular ha muito tempo, do jeito que eu atendo ele em todos os lugares etc, aí ele teve que desligar, tava no trabalho também. Chegando na parada, fiquei em dúvida se eu comprava um cigarro ou não, já que a minha garganta ta fodida, e eu pretendo "dar um tempo" até ela melhorar, mas acabei comprando, acho que o bombomzeiro até ficou meio puto comigo pela minha indecisão, no final das contas, dei quatro tragos (contados) e o meu ônibus chegou, aí eu como sou judia muquirana do caralho, guardei o resto pra fumar depois.
Vim no ônibus em paz e com um pouco de cólica (graças a d'us), melhor menstruação do que contração sauhsahusahusa, podre, enfim, aí eu peguei um ônibus meio lotadinho, fiquei em pé mais ou menos 65% da viagem, depois sentei e fiquei de boa. Pensei muito em casa, tipo o lar doce lar, com o meu espaço, minhas coisas, minhas manias etc, acho que nesse um ano que eu tô morando longe, nunca quis tanto chegar em casa como eu quis hoje, perdi a minha parada porque o filho da puta do motorista não quis parar, só pra me irritar, aí voltei no sol e menstruada e com cólica, até que ALELÚIA! cheguei em casa, fiquei sentada na rede autistando como sempre, ouvindo música pensando em mil coisas, algumas vezes com o pensamento perdido, mas aí sempre davam um jeito de encontrar ele, mesmo que estivessem há quilômetros e quilômetros de distância, como pode né cara? uma pessoa só, ter tanto poder, deixar tantas marcas, tantas lembranças, tantas saudades, e assim vai. Até que teve uma hora que eu caí da rede, me machuquei toda, mas fingi que nem aconteceu nada, porque a mamãe já tinha me dito que essa rede ia cair um dia, aí como ela começou a me esculhambar enquanto eu tava toda escrota e doída no chão, fingi que nem tava doendo, só pra ela não brigar mais, e ta doendo até agora.
Me senti só, sozinhona, pensei diferente hoje, parece que eu fui mais coerente e realista, isso me deixou com medo, porque eu percebi só hoje, que eu estou crescendo, estou sendo obrigada a crescer, dezessete anos, trabalhando, vivendo problemas não próprios de minha idade, fazendo coisas inapropriádas para a minha idade também, é, sempre fui muito precoce mesmo, mas agora isso ta me apertando, e me encomodando um pouco, parece que o que eu vive nesse um ano em que a minha vida mudou, veio pesar agora, todas as coisas que eu fiz, pessoas que conheci, pessoas que perdi, péssoas que não consegui perder, pessoas que sei lá... enfim, eu tava lendo a introdução de um livro, que me chamou muito a atenção, e faz quase uma semana que eu tenho pensado em algumas palavras.
"Porque a fila sem fim dos demônios descontentes é um livro sobre amores. Sem rimas. Como todo amor devia ser. "morreremos/partiremos/surgiremos/num palco abandonado/para cantar uma música e sair".
Amores que têm na eminência do fim a única razõ de existência: " meus dedos trêmulos/ distraídos no pino da porta do taxi/ de madrugada". Só para então poderem ouvir de novo um clássico barulhinho do cigarro apagado no restinho de café que ficou num copo, como eu ouvi na noite em que fui chutadi na bunda e tentei, descaradamente, atribuir as lágrimas a um bocejo fingido".
Isso realmente me deixou sem palavras e me fez pensar em triplo em tudo o que eu penso sobre essas coisas, me deixou confusa, enfim, eu não deveria me deixar abalar por certas coisas, mas infelizmente eu me abalo, queria saber o porquê de tudo ser pela metade na minha vida, de nada ser preenchido por completo, ou quando eu tenho uma oportunidade, me separarem do que eu realmente quero, quando eu realmente quero, mas enfim, deve ser perda de tempo pensar nisso, mas como metade das coisas que eu penso são meio inúteis mesmo, já não tem tanto problema, entonces... acho que já escrevi demais por hoje, fora que eu fiquei realmente puta quando acabei de abrir a porta do banheiro e uma osga caiu em cima da minha cabeça, sensação podre, enfim, odeio osgas a partir de agora.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Chá da Madrugada

Minha fonte de inspiração
Tomou chá de sumiço
Mas um chá de
b
u
ç
a
a
s
s
u
s
t
a
d
o
r,
permanece quente só no sofá
Fritas e refrigerante espalhados pelo chão
Ninguém se importa, ninguém vê
Ninguém mastiga, ninguém suga

Até que chega o ato final
Três minutos de silêncio
E risadas vindo pela frente da tv
Em direção ao nosso ventre cansado

Minhas pernas trêmulas explicaram
O que palavras pequenas e sujas não souberam dizer
Me faltou ar e um pouco de coragem
Mas um olhar foi o suficiente pra me fazer dormir em paz.

Ross Skywalker

Batam nele com o outro lado da força!!
Cortem ele com um sabre de luz!!!
Pois ele cometeu
uma das maiores atrocidades...
Foi covarde.

Charlie Harper

Penso, logo desisto,
A verdade
Sobre a verdade
Machuca,
Po isso,
Eu minto.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Noventa dias mais, Noventa dias menos.

Queria permanecer, congelem o tempo!
Que os beijos e afagos de novela
Fossem mais que pequenas horas de prazer
Aquele cheiro natural, não só seu é o sufiente
Para quando senti-lo novamente
Bagunçar minha cabeça e fazer entrar em transe
O transe magistral antes do alvorecer.

terça-feira, 15 de julho de 2008

E esse olhar

que me enlouquece,
aquece,
usando,
abusando,
lambendo,
penetrando,
explorando,
tocando,
sugando...
E olhando...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Grande Tom zé

Por que então esta mania danada,
esta preocupação
de falar tão sério,
de parecer tão sério
de ser tão sério
de sorrir tão sério
de chorar tão sério
de brincar tão sério
de amar tão sério?
Ai, meu Deus do céu,
vai ser sério assim no inferno!



Um absurdo de lindo.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Está na hora

Mais que agora
Tem a hora
Ainda agora
Me ignora
Eu vou embora

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A Saudade..

Após, sete dias fora dessa "civilização", cá estou eu de volta, bem comigo mesma, bem, como nunca mais tinha me sentido, claro que mil vezes eu chorei com saudades da minha casa, das minhas coisas etc, quis muito voltar em alguns momentos, mas quando passa, eu vejo que eu sinto falta (como sempre). Hoje, ao contrário desses sete dias, eu vou dormir sozinha, no meu quarto quieto, sem ouvir ronco de ninguém, e sem receber um carinho na cabeça, sem rir de coisas sem graça, sem ficar com fome, sem fugir pra poder fumar um cigarro, sem minhas amigas, que em sete dias, me fizeram muito bem.
O que são sete dias? Sete dias não são nada, sete dias são muito, sete dias mudaram minha cabeça em alguns aspectos, sete dias me fizeram ser uma pessoa melhor por um tempo, sete dias me deixaram com saudades, sete dias me deixaram com respostas... e por aí vai. O que eu precisava mesmo, era de um tempo pra mim, um tempo longe de toda a minha realidade, um tempo em um "mundo paralelo", sempre pensei na hipótese de existir um mundo paralelo, onde uma semana de lá, corresponde a uma hora daqui, e acho que encontrei esse lugar, porque foi a semana mais longa da minha vida, longa e estranha, não precisei ter ninguém, mas quis muito ter alguém... e como.
Mas enfim, só sei que a sensação que eu tenho agora, é de pura paz, nada mais, nada menos que isso, paz comigo mesma, paz com os meus pais, com os meus amigos, talvez eu seja a pessoa mais feliz do mundo, pelo menos por uns 10 minutos, ou um dia, mas eu sou. Cheguei umas 5h da tarde, voltei olhando a chuva e os carros, as pessoas estressadas do trânsito, o taxista falando com um casinho dele no telefone e eu fingindo que não estava entendendo, chegando em casa, mamãe me deu um abraço daqueeeeles de mãe mesmo, que eu nunca mais tinha sentido, tanto pelas minhas malcriações, meu mal humor excessivo, pelas respostas escrotas que eu dou o tempo todo e me arrependo 10 segundos depois, papai me deu um abração, me olhou com uma cara linda, expressão bonita de saudades no rosto deles, coisas que eu nunca mais tinha sentido.
Ainda tem um caralhal de coisas que me encomoda, que não me deixa em paz, coisas internas, coisas emocionais, mas eu me acho mais forte que isso, vou passar por cima dessas coisas, assim como eu passo por cima de tudo pra tentar ficar bem, tirando a saudade escrota, e lembranças bonitas, que não me deixam passar por cima disso, eu vivo disso e vou continuar. Até agora, cheguei cheia de pasta no cabelo e no corpo, porque fizeram o favor de brincar de guerra de pasta de dente dentro do ônibus, eu to toda suja, e sineramente, to totalmente sem saco de tomar banho, não to me importanto com esse cheiro palha, e esse cabelo duro, só quero que a sensação de alívio de paz, não passe daqui ha 10 minutos, como sempre acontece.
Já tô com saudades...

terça-feira, 1 de julho de 2008

Pensando com Adriana

Tarde da noite, ouvindo minha queridíssima amiga adriana cantando e me quebrando o coração com mais um rasgue as minhas cartas e não me procure mais, assim será melhor, ou a uma hora dessas por onde passará teu pensamento? por dentro da minha saia ou pelo firmamento? pensei, repensei, e pensei de novo, até que um pensamentinho ficou matutando na minha cabeça até doer (estava muito tarde né, enfim)... eu quase tinha esquecido de como é bom transar com quem se gosta, e isso é sério, muuuuito sério, seríssimo na verdade, após a morte, talvez essa seja uma das únicas certezas que eu tenho na vida, ao decorrer de meus 17 anos, espero que daqui ha uns 10 anos, mude alguma coisa, mas como dizem, PAU QUE NASCE TORTO...
Ta, tudo bem, isso foi meio obvio, meio não, completamente, absurdamente obvio, mas enfim, tudo o que nós pensamos, como nós agimos, cada sentimentozinho de nada, é previsível, o diferente não é mais diferente de fato, o especial é diferente, porque é diferente do normal, e o que seria o normal? seria o obvio no caso.... mas se somos todos normais, somos todos obvios, e é obvio que exista um especial dentro desse obvio, porque necessitamos de alguma coisa para se destacar. Mas pensando por outro lado, não é ruim ser obvio, não é ruim ser normal, mas o bom mesmo, é quando tu consegues ser especial, ao menos para alguém reciprocamente, nesse caso, a reciprocidade talvez não seja tão obvia, nem tão normal, seja SÓ ESPECIAL.
Consegui terminar de escrever isso ouvindo Rasgue as minhas cartas e não me procure mais, assim será melhor, meu bem.

Bons Leitores