sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Tarcísio

(...) 10:30 da noite, talvez até mais tarde, sentados na beira calçada em uma rua estreita, sem se importar com qualquer coisa, ficamos conversando, estava frio, vento por entre os cabelos, fumando os nossos cigarros, clima lastimoso após os segredos que tínhamos nos revelado e não podíamos muda-los, para poder esquecer tudo outra vez, e recomeçar descentemente de uma vez por todas. Eu estava com minha calça bem larga florida, que ele adorava, blusa preta, cabelo preso, cigarro na mão, ele estava com a blusa de sempre, tão bonito, um short preto, uma sandália, e um cigarro na mão (como sempre), sorriso de canto de boca... após todos os segredos nunca contados, ele me olhou com um ar lúgubre, e disse: "Nós somos incompatíveis, tu sabes que isso nunca vai dar certo", e o pior... é que ele sempre vai ter razão quanto á nós dois, talvez essa nem seja a razão verdadeira, mas ele sabe, assim como eu sei que pelo orgulho, sentimento de posse incontrolável dele, e pelo meu jeito livre e filho da puta de ser, isso nunca daria certo, só dentro de um livro de ficção.

Bons Leitores