terça-feira, 28 de outubro de 2008

Guisado de Gato

*Primeiro: Ache o Gato
*Depois: Esfole o bichano, tire-lhe as tripas
*Lave bem com água fresca
*Seque-o com um pano e corte em postas, tirando a gordura
*Coloque num caldeirão de barro e cubra com salmoura, feita assim: sal, alho picado e um pouco de vinagre
*Ponha o caldeirão no telhado, tomando o segredo da noite.
*No dia seguinte: Frite o gato em óleo quente até ficar dourado.
*Adicione cebola, pimentão verde, e alhsos picados, depois junte pão frito e um copo de vinho tinto e o caldo do gato.
*Agora tenha paciência e deixe cozinhar em forno lento, até que o gato fique tenro.
*Finalmente junte o molho e as verduras e deixe ferver um pouquinho.
*Depois é só servir.
*ATENÇÃO.... para uma dose mais forte, adicione olho de sapo a gosto mas JAMAIS ponha mais de duas asas de morcego.

*uma receita das vovós de salem.


né Ícaro?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Faz uns dias que eu não escrevo aqui, e mesmo quando abro a página pra escrever, as palavras me faltam e falham, e não consigo escrever absolutamente nada, acho tudo muito vazio, assim como eu tenho me sentido, apesar de esse ano ser um ano um tanto esclarecedor, que serviu pra eu enxergar muitas coisas, ao mesmo tempo eu me sinto uma boneca inflável, parece que só tem ar dentro de mim, nada mais.
Fico me perguntando se vai continuar a ser assim pelo resto dos meus dias, sentimentos pela metade, tudo pela metade, se eu soubesse que ia ser assim, acho que eu teria fugido de todas as coisas legais e excitantes que eu fiz quando era mais nova, pra poder sentir tudo agora pela primeira vez. Queria que fosse tipo quando tu fumas um cigarro pela primeira vez, aí tu só ficas com uma dor de cabeça chata e com a sensação prazeirosa de que fez alguma coisa de errado, com o passar do tempo vai se tornando prazeiroso prazeiroso e prazeiroso até que tu te vicias e parte de ti torna dependente disso, mas sempre fica bom, passem dois dias que tu não fumes ou uma semana, quando fumas, sempre parece que é o melhor cigarro do mundo. Mas infelizmente a vida não anda assim, anda que nem quando tu começas a beber, ficar porrre, que é aquela alegria, felicidade, tu tens coragem pra fazer algumas coisas, falar certas coisas, te sentes o dono do mundo, mas com o passar do tempo, tens que tomar uma dose maior pra conseguir sentir o que sentiste pela primeira vez, e mesmo assim não consegues, dificilmente consegues, e quando consegues, só sabes ficar o outro dia vomitando vomitando, e com uma dor de cabeça horrível, o prazer inicial se foi... sem passagem de volta.
Isso que dá, ser precosse, as coisas perdem rápido demais a graça, mas enfim, espero hoje me divertir, acho que eu mereço.

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meia palavra, meio sentimento, meia saudade, meio desejo, meio carinho, meia ráiva, meia mágoa, meio ano... tudo pela metade como sempre, e tu nem lembras mais.

domingo, 12 de outubro de 2008

Alívio

Eu não fui atrás, mas...
Saí e encontrei
O encontrável que não
Se encontra em qualquer lugar

Apesar do tempo
Tu só vê o quanto tu erraste
Quando tu lava a roupa suja
Da forma como lavas teu rosto de lágrimas
Apenas por lembrar...

Que o que se passa
Não se pode voltar atrás
Sem que as velhas pedras do caminho
Façam um buraco no teu pneu
E te dê um baita trabalho
Pra consertar o estrago que está feito

Então pega um "macaco"
E te vira
Porquê é isso, não muda nunca.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

CACHAÇA

E só me vem quando não há certeza
Me desconjuros pra apagar a beleza
Da incertidumbre das mesmas mãos que as suas

E me atinge da melhor maneira
Como cânhamo ou cachaça certeira
Pra antecipar a quarta-feira

Eu vou sair,
Talvez te encontrar
São cinco e meia da manhã

E cadê?

Você sorri movendo quase nada
E antecipa a velha longa estrada
E os teus galhos vão me arborizando nu

Ainda teimo que não sou pra isso
Mas seus olhos gostam de correr o risco
E quero estar só, comigo

Eu vou sair,
Talvez te encontrar
São cinco e meia da manhã

Eu vou sair,
Pra não te encontrar
Não sei que horas da manhã.

Feliz meio século libriano mãe

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Fim e Recomeço

Eu me assusto com a incosntância das coisas, com a inconstância das pessoas e dos seus sentimentos, é incrível quando tudo parece estar normal, mas no fundo não está ou não era pra estar, o que eu sei de tudo isso, é que eu tenho dezessete anos na cara e não consigo mais suportar essa inconstância, talvez porque eu seja uma fraca, ou talvez porquê eu tenha amadurecido além da conta e o sofrimento alheio também consegue ser capaz de me fazer sofrer, mas aí é que tá, apesar do amadurecimento, eu continuo sentindo as mesmas coisas que sentia antes disso tudo, as mesmas coisas que me atingiam antes, conseguem atingir hoje em dia com um peso muito menor, mas ainda tingem.
Já faz um bom tempo que as coisas não estão dando muito certo, e eu ando empurrando tudo com a barriga até ver onde vai dar, esperando um dia após o outro pra ver se as coisas se resolvem, sem muito esforço, mas é isso, eu ando desmotivada mesmo, acho que a única coisa que me motiva, é saber que o fim de semana um dia chega, que eu vou ver meus amigos, e dar uns bons goles em alguma cerveja ou cachaça, e isso vai fazer eu esquecer do mundo e da minha vida por um tempo, nem que seja por duas horas ou um dia inteiro... só que eu não quero mais esperar pra ver, eu quero unicamente que PARE, que acabe, que durma, que suma, que fuja, que morra, mas que esteja fora do meu alcance, fora da minha visão e finalmente do meu pensamento. Meus amigos transformam a minha dor em riso, absorvem qualquer sentimento ruim que me acompanhe constantemente, e o melhor! são racionais... agradeço a todos pelo que eu sou hoje em dia, pelo que me tornei, pelos erros que não cometo mais e por serem tão fiéis.
Dizem que a gente não pode fugir dos problemas que um dia eles vem á tona novamente, mas discordo, alguns problemas nunca terão solução, e a solucão mais coerente, seria fugir deles até eles se tornarem mais pequenos que um ácaro e sumirem de vez... ando pensando muito em deixar esse lugar, acho que aqui não me pertence mais, acho que não me encaixo mais, nem sou mais feliz como um dia já fui... é essa saída do ensino médio que pira completamente a cabeça das pessoas, novas obrigações, novos amores, nova vida, novas pessoas, grana própria... é esse novo que acaba deixando tudo confuso, estragando todo um passado, deixando as pequenas grandes coisas beeem pra trás e o futuro é completamente incerto até o dia da tua morte, onde tudo é obrigado a acabar definitivamente até recomeçar de novo... eu ainda não morri, mas quero recomeçar, nem que seja do outro lado do mundo onde tudo se encontre dentro da minha cabeça e de praxe, encontre a minha alma gêmea e me torne especial DE VERDADE pra alguém, sem que a pessoa queira me matar caso não dê certo, não sei se sou eu, mas com certeza devo ser uma destruidorazinha, porque é incrível como todas as pessoas que um dia já gostaram muito de mim, ou fingiram que gostaram, me odeiam ou guardam mágoas de mim ou querem que eu me foda e sofra mais do que elas já sofreram um dia, seja por qual pessoa foi, mas me desejam um mal danado, o que não percebem, é que eu sempre sofro mais que qualquer puto que eu já fiz mal, mesmo se foi sem querer, porque eu sou uma idiota que não consegue ser cem por cento sem coração uma vez na vida, apesar de parecer completamente o contrário, as aparências enganam...
Enfim, pode ser que os meus complexos internos se resolvam quando eu for embora definitivamente daqui e passar por cima de todas as coisas que eu precisei passar a minha vida toda e não tive coragem pra ser feliz e me libertar desse passado que tanto me persegue, e eu to pagando pra ver, por mais que a coragem falhe quando eu penso que está nas minhas mãos o que eu devo fazer seja perto ou longe das pessoas que eu amo, se é realmente amor, vai ser pra sempre nem que passe dez anos ou cinquenta, é sempre amor... e eu tenho medo, tenho medo de mim e do futuro que me aguarda, tenho medo de não conseguir atingir os meus obejtivos e me tornar uma adulta frustrada, tenho medo de viver o novo e deixar o velho pra trás, na verdade, eu tenho medo de ficar doida de tanto pensar, as vezes eu queria ter o cérebro da paris hilton e pensar em coisas fúteis o dia todo, ou o de uma prima obesa minha e ficar pensando e comendo o dia todo vendo desenho animado, mas parar um pouco de pensar em tudo, de pensar na solução de tudo, de pensar nas coisas mais estranhas ou parar de ser estranha, aaaaaaaaaaaahhhhhhh eu vou explodir um dia desse jeito, acho que ouvir bob dylan e johnny cash ás 02:40 da madrugada que me deixa pensativa desse jeito, por fim, dizem não me lembro onde, que acontece três merda consecutivamente e depois da uma estabilizada, espero que estabilize tudo de uma vez por todas, eu vou ver se tem algum remédio pra dormir que amanhã o meu dia vai ser corrido, é isso.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

clouds diz:
Foi o que eu disse: tu és uma daquelas histórias de livros de contos, de clímax constante, que os pais contam aos filhos para fazer com que eles durmam. Mas o que os pais parecem esquecer e passam a não ter a mínima noção é que, mesmo de olhos fechados e sono profundo, a história continua, continua em um lugar que só eles sabem, um lugar que só entram coisas boas e pessoas do tipo que escrevem coisas sobre baratas em banheiros. Tu és um castelinho de informações guardadas e incentivos em "porra, doido, é isso". E eu falo muito sério quando digo que tu és mais do que as melhores notícias da novela das oito - que começa às nove. Não é nada daquilo de parar a respiração e tremer as pernas, só para fixar... é carinho... muito carinho... de fazer crescer sorrisos como flores em primavera européia, de apertar os dentes em tom de alegria.

clouds diz:
Depois de tudo tão difícil aqui dentro, fico feliz de que exista alguém que me ajude, sem nem ao menos me conhecer, sem nunca ter nem me visto. Eu não sei mais a quem agradecer por existir uma pessoa-estrela assim que nem tu, que corta dores em fatias pequenas de compreensão e oferece pacotinhos de fôlego. E o que eu tenho para ti? Serve respeito e uma camisa? E, deixa eu necessitar de ti? - porque eu já necessito.





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Como pode-se pensar tudo isso de alguém e ter a plena certeza do que estás falando se nunca nem nos vimos? e eu sinceramente, não me importo se não nos conhecemos pessoalmente nem nunca iremos chegar a tomar sorvetes juntas um dia, mas em pouco tempo eu já sinto que posso contar pelo menos umas horinhas do meu dia, e sentir vontade de falar quando aquela janela de msn com a exibiçao de um sapato colorido, sem esperar nada em troca. Se não foi a coisa mais bonita que alguém já me escreveu, foi uma das, e eu fico até meio sem jeito por não conseguir ser capaz de escrever coisas tão bonitas ao teu nível, espero não estar me enganando contigo, e se algum dia me enganar... não sei, também não estou me importando muito com isso, mas espero MESMO que não seja uma coisa passageira, mesmo que fique dentro de uma janela de msn, por mais que eu quisesse saber como é pele e osso, cheiro, essas coisas.
Eu gosto muito de ter aquele prazer inicial do conhecimento, de saber da vida e falar sobre a vida por alto, até que o nível vai aumentando cada vez mais, ou então deminui, mas nesse caso só tem aumentado cada vez e cada vez mais... e a única coisa que é mais cabível dizer é, obrigada.

A Fala sem Fala

Quando vejo tua lágrima
Me lavo em lágrimas
Mas não digo nada
Pra que não me vejas

Passamos a noite juntos
Porém, não me falas

Passamos a tarde juntos
Pra que não me fales

E se me falas
O que o espero que fales
Muda alguma coisa?

Se o silêncio nos fala o que nos falta.

O amor

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...




Fernando Pessoa.

domingo, 5 de outubro de 2008

Reflexão de Domingo [6]

Eu nunca queria ter que voltar pra casa, a volta é sempre triste e eu sempre me sinto muito só, fora que os fins de semana sempre vem deixando os seus acontecimentos ou brincando com a minha cara, ou fazendo eu me sentir culpada por alguma coisa que nem é a minha culpa literalmente, mas enfim, acho que todos esses sentimentos esquisitos que eu já senti antes, são devido a essa tpm otária que sempre me deixa assim.
O dia ta frio e triste, como a maioria dos domingos (tirando a parte do frio), frio por fora e por dentro de mim.
nem queria escrever nada hoje
Tudo bem se tu te sentes na obrigação de ajudar algumas pessoas que gostas, amas e por aí vai, agora chorar por quem não sente o mesmo não chega a ser burrice?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A mulher e o Lobo



Ela caminha nos desertos, cidades, florestas, oceanos, e na montanha da solidão. Ela mora nas mulheres em todos os lugares: em castelos com rainhas, nos escritórios e nos ônibus noturnos para os subúrbios.Ela mora em um local distante que abre caminho através de nosso mundo. Ela mora no passado e é convocada por nós. Ela está no presente. Ela está no futuro e caminha de volta no tempo para nos encontrar agora.
Mulher selvagem sussurra as palavras e os caminhos para nós, e nós a seguimos. Ela corre à nossa frente, mas para e espera para ver se nós a estamos alcançando. Ela tem muitas coisas para nos mostrar.

Sem nós, a mulher selvagem morre. Sem a mulher selvagem, nós morremos. Para a verdadeira vida, ambos devemos viver.


O lobo solitário, arrogante, egoísta, e o mais perdedor ao mesmo tempo, do jeito que eu gosto.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Eu parei no tempo ou ele que anda correndo de mim?

Lembro que antes, bem antes, quando eu era menor, eu sentia o tempo passar muito devagar, até me incomodava um pouco porque eu queria crescer logo, viver logo experiências e ter lembranças legais, mas de um certo tempo pra cá, o tempo anda voando como o vento, deixando os cheiros das épocas e dos sentimentos que já se passaram e conseguem ser revividos inexplicavelmente com as lembranças materias que tanto atrasam as nossas vidas.
Ontem mesmo era o começo do ano, eu estava cheia de planos, planos que metade não foram cumpridos pela minha preguiça e acomodação, o que me assusta é deixar um dia passar, e quando abre os olhos, já se passou novenda, cento e vinte, duzentos dias e o cheiro do começo do ano, não é mais o mesmo, já foi embora com o vento, mas o meu cheiro nunca muda, ele permanece o mesmo de sempre, mesmo que eu mude o meu perfume, meu shampoo... a vida passa, a vida corre, a vida segue e seria bom acompanhar tudo isso. Já está no final do ano, outubro... só falta dois meses pro ano acabar, um mês e meio pra eu fazer meus dezoito e virar gente perante a sociedade, tem o vestibular também, e eu deveria ser mais preocupada com essas coisas.

Não, você não sabe, você não sabe como tentei me interessar pelo desinteressantíssimo

Fico tão cansada às vezes, e digo pra mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. E fumo, e fico horas sem pensar absolutamente nada: (...)





Caio Fernando Abreu, me da um beijo?

Bons Leitores