quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Um pouco de Dulcinéia

Dulcinéia era cheia de vida, mas ao mesmo tempo tinha preguiça de quase tudo, não fazia nada além de namorar, e nunca tinha tempo para a suas obrigações, vivia em um mundo de aparências, cheio de intensidade e diversão, amava a sua vida e o seu namorado era a coisa mais importante do mundo.
Dulcinéia gargalhava da desgraça alheia, junto com os seus amigos que por mais que não tivessem um grão de ervilha na cabeça, eram muito unidos e se respeitavam bastante. Dulcinéia era apenas uma adolescente que estava descobrindo o sabor do sexo e das drogas (tudo o que a tinham dito que era errado em todo o seu crescimento), por ser a única mulher da família por parte de mãe, ter um pai machista e dois irmãos homens, cresceu junto com o machismo acumulado daquelas cabeças podres sem coerência alguma, sempre pensou muitas coisas á respeito do que eles diziam, e sempre achou muito errado a imagem da mulher perante a essa sociedade e perante a eles próprios.
Dulcinéia nunca foi de respeitar regras, mesmo pequena quando ia para festas familiares, sempre fazia alguma coisa de errado e dava um jeito de fazer nunca suspeitarem que aquela menina "meiga e doce"fosse capaz de fazer alguma coisa, mas Dulcinéia sempre foi mais esperta que as crianças de seu meio, sempre pensou além do que se era permitido para a sua idade.
Dulcinéia cresceu um pouco, se tornou uma pré-adolescente aprendiz do que tinha sido quando criança, Dulcinéia até seus 12 anos de idade, era uma menina inocente, acreditava cegamente na bondade do ser humano, e não queria saber de desgraça, só queria brincar com seus amigos e dançar e roubar peteca dos meninos, Dulcinéia sempre foi de se apaixonar rápido demais, aos 12 anos de idade, arrumou um namoradinho cujo namoro era voltado a um vídeo game, onde Dulcinéia fazia questão de ganha-lo em todos os jogos que competiam, isso sim era namoro para ela, não para o resto das pessoas que a cercavam e achavam que isso iria acabar em uma gravidêz indesejada, mesmo com 12 anos, as pessoas conseguem ser muito maldosas, não acreditam nem que as próprias crianças podem ser puras.
Dulcinéia perdeu sua inocência, ou grande parte dela, quando quase foi estuprada pelo seu melhor amigo, até hoje, acho que esse foi o pior dia de sua vida, o dia em que quase perdeu a fé em todas as coisas, e se recusou a acreditar que o ser humano tem bondade dentro de si. Ficou desacreditada de amizade quanto a meninos, e se afastou de todos, isso acabou abalando a relação com o namorado, não sentia mais vontade de jogar vídeo-game com ele, então pra que namorar? namoro terminado... há rumores que até hoje o dito cujo não a esqueceu, mas Dulcinéia nem se quer lembra de suas feições.
Aos 13 anos de idade, pouco tempo se passou, Dulcinéia desacreditada andando pela rua, sem razão alguma, odiava um certo indivíduo que morava perto de sua casa. Todas as vezes que Dulcinéia cruzava com o pobre Tarcísio na rua, ou atravessava a rua, ou olhava com uma cara muito feia para ele, e por que? nem ela sabia o porquê de tanto ódio...
Tempos depois o conheceu, e isso fez uma reviravolta nos sentidos de Dulcinéia, ela finalmente tinha encontrado uma pessoa que podia confiar cegamente, que não iria tentar abusar dela ou qualquer coisa do tipo, achou engraçado o menino que ela odiava, que ela atravessava ao cruzar na rua conseguisse virar a pessoa em que ela mais confiara no mundo.
E os dois tinham uma amizade intensa e verdadeira, talvez a mais verdadeira que Dulcinéia um dia chegou a ter, todas as pessoas, todos os amigos pensavam que os dois namoravam, mas era uma amizade tão verdadeira e intensa, que os dois se revoltavam quando alguém deturpava a situação ou falava asneiras. Tarcísio e Dulcinéia eram unha e carne, faziam tudo juntos, se ligavam, viviam um na casa do outro, mas Dulcinéia nunca tinha olhado Tarcísio com outros olhos, até que chegou um dia em que não se viam fazia mais de uma semana, e Tarcísio aparece com uma aparência jogada e com um cigarro na mão, no mesmo segundo que Dulcinéia o viu, não conseguia acreditar no que estava vendo e sentindo, não conseguia entender porquê o seu coração estava batendo tão rápido e o porquê de ter se embaralhado e perdido as falas completamente ao cumprimentar seu melhor amigo.... Tarcísio notou a diferença na entonação e no jeito que Dulcinéia o olhou, mas era muito estranho para pensar em alguma coisa do tipo.
Com o passar do tempo, Dulcinéia começou a ficar angustiada ao perceber que gostava de Tarcísio, talvez por isso que implicava com ele no começo ao nem se quer querer passar ao lado dele na calçada, pensamentos loucos embaralhados confundiam a cabeça de Dulcinéia que cada vez mais de afastava de Tarcísio por medo de assusta-lo com tal revelação ou de dar muito na vista, estava com medo, só pensava nisso, suas notas no colégio eram as piores, e sua ausência em casa só fazia piorar.
Até que belo dia, tamanho Dezembro, provas já tinham passado, recuperação, Dulcinéia conseguira passar para o seu segundo ano, o ano estava quase acabando, e para comemorar, Tarcísio chamou Dulcinéia para ir ouvir música em sua casa e comer alguns salgados de padaria, Dulcinéia se empiriquetou toda, botou seu melhor sutiã de enchimento, arrumou o cabelo (como não costumava fazer) e foi ao encontro do tão pensado Tarcísio. Chegando lá, Tarcísio a elogiou, e disse "Tu estás estranha" mas Dulcinéia conseguiu contornar tudo com uma piada irônica, típica de seu humor. Estavam sozinhos em casa, clima fim de tarde, o sol estava quase para ir embora, e foi-se quando a chuva chegou deixando um clima frio e aconchegante, e pela primeira vez, Dulcinéia percebeu que estava rolando algum clima que tinha sido criado por Tarcísio. Dulcinéia quase se belisca para saber se estava dormindo ou se estava realmente acordada, seu coração bateu tão forte como batidas do araketu em época de ual, até que sutilmente, sem falar nada, Tarcísio deu um beijo em Dulcinéia, um beijo que fez esquentar tanto, que a água da chuva foi completamente evaporada para dentro daquela sala fria.
Com os nervos á flôr da pele, hormônios, e a adolescência gritando, pedindo socorro!!! me liberta!!! Dulcinéia foi além do que jamais conseguira ir, devido ao tráuma de sua pré-adolescência, nem conseguiu pensar em nada, só em que estava perdendo a sua virgendade do jeito que havia planejado, com a pessoa mais confiável que podia existir na face da terra...
Pernas trêmulas, joelho dobrado, sutiã de enchimento no chão, clima frio, beijos e mais beijos, lábios macios dançando de alegria um sobre o outro, dava para ouvir o barulho das gotas de chuva caindo sobre a janela do quarto, respiração forte, tanto de Dulcinéia quanto de Tarcísio que estava mais nervoso do que nunca. Demorou um pouco, pois Dulcinéia estava sentindo muita dor, mas por fim conseguiram, e conseguiram mais do que perder suas respectivas virgendades, além de fazer Tarcísio gozar e Dulcinéia ver que não era frígida, conseguiram, fazer nascer um outro tipo de amor de dentro de uma amizade que pessoas levam vidas para conseguir um dia ter esse tipo de relação com alguém, conseguiram fazer nascer o amor... um amor descomunal ao ponto de se tornar psicopata...










(a história de Dulcinéia continua, mas agora eu vou dormir)

Bons Leitores