segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sem essa presença é muito chato, não é válido, não é peculiar..

Hoje foi meu primeiro dia de trabalho, fiquei meio nervosa no meio do caminho, até acordei uma hora e meia antes da hora, pra não perder nada e chegar cedo, acho que pela primeira vez na minha vida, não senti sono de manhã indo pro centro da cidade, pelo contrário, fiquei relendo os livros que o caco me emprestou, inclusive o dele.
Chegando lá, fui uma das primeiras a chegar, continuei lendo, até que foram me dizer o que eu tinha que fazer, e modéstia parte, eu fiz tudo direitinho, terminei cedo de fazer as coisas, ocorreu tudo tranquilo, lógico que de cinco em cinco minutos, eu olhava pro relógio querendo que o tempo acelerasse, mas ele tava preguiçoso hoje, não me ouviu. Até que enfim deu a hora de eu ir embora, fui almoçar na lari, como sempre é muito bom estar com ela, depois fui embora pra casa, leandro me ligou no meio do caminho, fui conversando com ele com o celular no meio da rua, eu tenho uma sorte fodida, já era pra terem roubado esse celular ha muito tempo, do jeito que eu atendo ele em todos os lugares etc, aí ele teve que desligar, tava no trabalho também. Chegando na parada, fiquei em dúvida se eu comprava um cigarro ou não, já que a minha garganta ta fodida, e eu pretendo "dar um tempo" até ela melhorar, mas acabei comprando, acho que o bombomzeiro até ficou meio puto comigo pela minha indecisão, no final das contas, dei quatro tragos (contados) e o meu ônibus chegou, aí eu como sou judia muquirana do caralho, guardei o resto pra fumar depois.
Vim no ônibus em paz e com um pouco de cólica (graças a d'us), melhor menstruação do que contração sauhsahusahusa, podre, enfim, aí eu peguei um ônibus meio lotadinho, fiquei em pé mais ou menos 65% da viagem, depois sentei e fiquei de boa. Pensei muito em casa, tipo o lar doce lar, com o meu espaço, minhas coisas, minhas manias etc, acho que nesse um ano que eu tô morando longe, nunca quis tanto chegar em casa como eu quis hoje, perdi a minha parada porque o filho da puta do motorista não quis parar, só pra me irritar, aí voltei no sol e menstruada e com cólica, até que ALELÚIA! cheguei em casa, fiquei sentada na rede autistando como sempre, ouvindo música pensando em mil coisas, algumas vezes com o pensamento perdido, mas aí sempre davam um jeito de encontrar ele, mesmo que estivessem há quilômetros e quilômetros de distância, como pode né cara? uma pessoa só, ter tanto poder, deixar tantas marcas, tantas lembranças, tantas saudades, e assim vai. Até que teve uma hora que eu caí da rede, me machuquei toda, mas fingi que nem aconteceu nada, porque a mamãe já tinha me dito que essa rede ia cair um dia, aí como ela começou a me esculhambar enquanto eu tava toda escrota e doída no chão, fingi que nem tava doendo, só pra ela não brigar mais, e ta doendo até agora.
Me senti só, sozinhona, pensei diferente hoje, parece que eu fui mais coerente e realista, isso me deixou com medo, porque eu percebi só hoje, que eu estou crescendo, estou sendo obrigada a crescer, dezessete anos, trabalhando, vivendo problemas não próprios de minha idade, fazendo coisas inapropriádas para a minha idade também, é, sempre fui muito precoce mesmo, mas agora isso ta me apertando, e me encomodando um pouco, parece que o que eu vive nesse um ano em que a minha vida mudou, veio pesar agora, todas as coisas que eu fiz, pessoas que conheci, pessoas que perdi, péssoas que não consegui perder, pessoas que sei lá... enfim, eu tava lendo a introdução de um livro, que me chamou muito a atenção, e faz quase uma semana que eu tenho pensado em algumas palavras.
"Porque a fila sem fim dos demônios descontentes é um livro sobre amores. Sem rimas. Como todo amor devia ser. "morreremos/partiremos/surgiremos/num palco abandonado/para cantar uma música e sair".
Amores que têm na eminência do fim a única razõ de existência: " meus dedos trêmulos/ distraídos no pino da porta do taxi/ de madrugada". Só para então poderem ouvir de novo um clássico barulhinho do cigarro apagado no restinho de café que ficou num copo, como eu ouvi na noite em que fui chutadi na bunda e tentei, descaradamente, atribuir as lágrimas a um bocejo fingido".
Isso realmente me deixou sem palavras e me fez pensar em triplo em tudo o que eu penso sobre essas coisas, me deixou confusa, enfim, eu não deveria me deixar abalar por certas coisas, mas infelizmente eu me abalo, queria saber o porquê de tudo ser pela metade na minha vida, de nada ser preenchido por completo, ou quando eu tenho uma oportunidade, me separarem do que eu realmente quero, quando eu realmente quero, mas enfim, deve ser perda de tempo pensar nisso, mas como metade das coisas que eu penso são meio inúteis mesmo, já não tem tanto problema, entonces... acho que já escrevi demais por hoje, fora que eu fiquei realmente puta quando acabei de abrir a porta do banheiro e uma osga caiu em cima da minha cabeça, sensação podre, enfim, odeio osgas a partir de agora.

Bons Leitores